sábado, 22 de dezembro de 2012

Loving from a distance

Já falei e escrevi (não aqui), várias vezes, sobre isto do amar à distância.
Como foi parte de mim durante os últimos meses, em que estive a estudar em Espanha, é algo que me acompanha sempre e me dá vontade de escrever.
Há muitas pessoas na mesma situação que eu, que estiveram/estão ainda mais afastadas do que eu estava da minha pessoa. Hoje em dia, penso que por os objectivos individuais serem diferentes de há uns tempos e, também, pelos tempos que correm, muitos jovens (e não só) estão a emigrar, numa forma de emigração diferente do que a que ocorria dantes. Eu decidi deixar Portugal por uns tempos, porque queria testar-me a mim própria, queria conhecer outras realidades, queria a minha independência de casa dos pais. Mas não queria levar o meu coração para longe do lugar onde ele é suposto estar.
Ainda assim, parti. Foi, claro, uma decisão ponderada e conversada. Cheguei a pensar que não ia conseguir sair daqui. Cheguei a pensar que não ia conseguir fazer a minha vida lá. Cheguei a pensar que a minha relação podia estar em xeque, não porque não houvesse amor, não que houvesse o acto de culpabilizar-me, mas porque se podia perder a magia. Passados 4 meses, a magia não só não se perdeu, como penso que aumentou. As saudades ainda que doam com força, também nos fazem pensar porque as temos? Porquê? Porque há sentimentos dentro de nós. Daqueles muito fortes que não se controlam. E tinha medo, também, de no reencontro existir algum tipo de barreira, alguma distância entre duas pessoas que já não se viam, nem se sentiam, há muito tempo. Mas não. Outra vantagem das saudades é que ela (a saudade - já é sujeito na minha vida) tem o poder de tornar tudo mais intenso. Os beijos, as conversas, o toque, o dormir bem junto. E, por isso, acho que a distância é uma grande prova. E faz-nos agradecer por aquilo que já conquistamos na vida, e lutar para que assim se mantenha. Não me arrependo de ter partido. Voltaria a fazê-lo porque acho que aprendi para mim e para a minha relação. Fez-me ser melhor, e mais ambiciosa. Fazer mais planos. Perseguir ainda mais os meus sonhos, porque agora sei que são ainda mais reais.
O fundo deste blog é uma referência a algo que aprendi e que acredito com todas as forças. "Home is where the heart is". Só precisamos de confiar onde deixar o nosso, saber que está lá, e esperar para que o anatómico se junte a esse. E nesses momentos, aproveitar, aproveitar e aproveitar.

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